Um bom escritor é, em sua natureza, um observador da essência
humana. Ele deve possuir entre suas capacidades o dom a alteridade, ou seja, de
se colocar no lugar do outro. Ele não precisa ser vítima de um preconceito para
se colocar ao lado de quem foi. Não precisa tocar nas pirâmides do Egito para
descrever sua beleza. É por isso que bons escritores, mesmo os amadores,
pesquisam. Eles não podem estar em todos
os lugares, possuem obrigações, outros afazeres e, como não podem viver exclusivamente
da escrita, podem ter outros trabalhos. Então, com boa pesquisa e fontes
confiáveis, podem relatar fatos, acontecimentos e até emoções.
Triste de quem
tem que estar em determinado local para sentir ou tem a limitação do apóstolo
Tomé, o mesmo que afirmou que só acreditaria na ressurreição quando pudesse ver
Jesus e colocar a mão nos buracos deixados por pregos e pela ponta da lança
romana.
O ofício de escrever é belo. Hoje, bem ou mal, todos somos
chamados a escrever sobre tudo. As redes sociais permitem que nossas opiniões
ganhem o mundo, estejam elas bem fundamentadas ou não. Blogs, jornais, postagens
no facebook, quantas leituras podemos fazer, quantas coisas para motivar a
escrita. E quão rico é a pluralidade de visões que podemos alcançar com o uso
dessas tecnologias.
Então, ousemos escrever com compromisso com a verdade, a
partir de pesquisas sobre o tema escolhido e se queremos compartilhar ou
informar, que tenhamos cuidado dobrado com as fontes. E que ninguém se
vanglorie por ser testemunha ocular do acontecimento descrito, há quem consiga
traduzir sentimentos sem ter estado no local e saiba ler entrelinhas com
maestria. Sendo assim, o que se exalta pode ser constrangido e o alfinetado
sobressair com a elegância que lhe é própria.
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