Aprendi desde cedo a amar essa cidade. Seja indo aos domingos ao sítio Campo Grande, jogando bola com minhas pernas tornas com os amigos em frente a casa de Seu Zuca, padrinho do meu pai, indo até os pés de manga de Jordão, andando pelos jardins da antiga Cilpe, assistindo corridas de prado e vendo o VEC jogar. Fui crescendo e esse amor só cresceu.
Entre as salas de aula das escolas Cônego Emanuel Vasconcelos e Quitéria Wanderley Simões, ouvindo atentamente as palavras dos meus eternos professores e professoras, Nalva Araújo, Valdinesa, Alciney, Josenava, Cirzirnande e o grande Carlos Miranda, o grande incentivador da minha escrita. Chego a sentir saudades de quem não foi meu professor, como Vavá, mas com quem quis muito aprender. Sempre fui perna de pau, mas não tinha como não gostar dos caras que lutavam por nosso esporte com tudo o que podiam, como Cícero Jacinto (Ciço Neguinho) e Dudé.
Fui crescendo e amando. Quis expressar esse amor me dedicando um pouco à cidade. Primeiro foram as peças de teatro, a Paixão de Cristo como meus amigos Carlos Alberto Chalegre, Cristo no teatro e maestro que emociona até hoje, e José Jorge de Almeida. Aí escrevi as minhas: Romeu e Julieta (adaptação), O Auto do Casamento, Amor de Filme, O casamento de Jenoveva e Consciência, Nêga (As duas últimas apresentadas em escolas).
(Falando em maestros não tem como esquecer de Coraci e Altimar, dos grandes desfiles cívicos que a cidade fazia)
As peças que fiz buscavam trazer um pouco da magia de outras que tinha visto. Meu pai, Eraldo Pintor já tinha sido Cristo, mas a lembrança mais viva que tinha dessa época era do Diabo interpretado por Alonso Tenorio Cavalcanti (Laço) que me deu bastante medo.
Sempre gostei de desenhar e foi vendo artistas fabulosos que me esforcei para melhorar mas nunca cheguei perto deles. Via as pinturas de meu pai, de Joelma Cachiado, Crispim e as composições de minha mãe, Maria Marlene Bezerra que hoje vejo o quanta beleza tem na alma de quem transpira arte.
E as vozes que embalavam as noites de nossa cidade? Tem como esquecer os Trovadores saudando essa Mãe? Adelmo Luiz e Valdo, tantos artistas bons e tantos que surgem.
Conheci e me tornei amigo de grandes mulheres que transpiravam educação e amor:Dona Lalita e Dona Dorinha.
E fui aprendendo a amar ainda mais, a gostar da educação ainda mais.
Vi as festas de março mudarem, daquelas que eram feitas para a Igreja como diziam tanto seu Albino quanto meu amigo João Bosco para as organizadas pelo município. Cada tempo tem suas festas, cada uma com sua beleza.
E me tornei professor. E tentei levar o nome da cidade em meu trabalho, seis projetos premiados, quatro livros escritos e um que narra de forma simples a história da cidade.
Foi o amor por Venturosa que me fez escrever um blog. É o amor por Venturosa que me faz mantê-lo.
A gente ama, elogia o que tá bom, critica o que não está tão bom e segue amando, querendo a cidade sempre melhor. E a gente tem que lutar para não esquecer de tanta gente boa que também amou essa terra, gente que já foi mas que ainda tem de estar na nossa história. O amigo Arlindo Barrosmantém parte dessa memória viva. Deus te abençoe por isso Bá.
São 56 anos de história bem vivida, minha mãe Venturosa. Com momentos bons e ruins, mas com tanta beleza, com tanta coragem que só posso te parabenizar e pedir que Deus sempre abençoe essa nossa cidade e a nossa gente.
Que a gente procure sempre te amar mais, lutando para acertar mais e erra menos, zelando pelos que vem sem esquecer dos que se vão, semeando esperança para colher progresso em teu chão.
Meu amor por Venturosa é igual o amor que todo filho dessa cidade sente por sua terra:
Infinito!
Parabéns pela tua emancipação!
Feliz aniversário, Mãe Venturosa!
Emerson Luiz
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