sábado, 19 de maio de 2018

NOTAS SOBRE A ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES DE VENTUROSA

Primeiro, quero lembrar que há os que idealizam como a política deveria ser, os que entendem como ela é e os que entendem do mecanismo e desejam que ele sirva aos propósitos do povo, se não em sua totalidade, na maioria das vezes. Se o leitor pertence ao primeiro grupo, pare de ler aqui.

A eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores já está sendo debatida nas redes sociais e enquanto a maioria debate a questão há muito deve estar fechada. É um exercício simples de lógica. O poder executivo detém a maioria dos assentos pois elegeu o maior número de vereadores, logo, o presidente e demais cargos devem ser ocupados por vereadores alinhados com o governo.

O prefeito do município, caso se envolva, indicará um nome que nesse momento seja tido como fiel ao grupo e tenha experiência como vereador, não necessariamente como presidente. E para quê esse tumulto em relação a eleição da câmara de vereadores? Ora, os legisladores podem facilitar ou dificultar a vida de um prefeito, basta que travem projetos, investiguem com maior rigor ou usem do espaço da tribuna para críticas pontuais e contundentes. Todo prefeito deseja eleger a maioria dos vereadores, quem disser algo em contrário estará mentindo.

Quando um grupo de oposição tenta eleger um presidente ou compor a mesa que dirige os trabalhos da casa, pode até dizer que o deseja para melhor fiscalizar os recursos públicos, mas na verdade deseja mesmo o embate que só se torna possível com o poder que esses cargos garantem. Se puder, qualquer grupo de oposição negociará para indicar o presidente, ou, na pior hipótese, ocupar cargos. Faz isso para se manter no jogo, dificultar o trabalho da situação e conquistar espaços. Quem disser o contrário também incorre em falso testemunho.

Aqui temos a disputa dos seis contra a meia dúzia, ou seja, não há anjos nessa história.

Isso não quer dizer que o cidadão não deva se interessar por esses fatos, ele deve. Deve fiscalizar o mandato dos seus vereadores, cobrar projetos e que cada um desempenhe o papel para o qual foi eleito. O vereador deve, entre tantas atribuições, fiscalizar o trabalho do prefeito e atuar como representante da vontade popular que o sagrou por meio do voto, ele tem a obrigação de traduzir em ações do seu mandato. Nem sempre o povo acerta em sua escolha, mas isso pode ser corrigido a cada quatro anos.

O nome do presidente da Câmara de Vereadores já foi escolhido e o martelo batido. Resta a população cobrar para que as ações dos políticos se traduzam em melhoria de vida, políticas públicas mais eficientes e o correto uso de recursos. Caso não se sinta satisfeita, essa mesma população pode não renovar os mandatos das excelências. Ficar debatendo se o método para a escolha é certo ou não pode até servir como estratégia, mas não será eficiente.Todos nós sabemos que se a situação fosse inversa, qualquer partido no poder usaria do mesmo expediente.

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