quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

EM DIA HISTÓRICO JANOT PEDE AFASTAMENTO DE CUNHA, LULA PRESTA DEPOIMENTO À PF E TUCANO É CONDENADO POR CRIME COMETIDO EM 1998



Três acontecimentos diferentes mostra que o Brasil tem dado passos na consolidação de sua jovem democracia.

Sim, jovem! Lembrem que nossa Constituição mais recente dada de 1988. A Ditadura ainda deixou sementes fascistas entre nós que vez ou outra querem germinar.

Então, esses três acontecimentos demonstram que nossas instituições começam a se solidificar e funcionar. 

O primeiro ato é o pedido de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB - RJ) da presidência da Câmara.
Eduardo Cunha usa do cargo de forma descarada para se manter no poder e atrapalhar investigações contra ele. É um chantagista e o pedido de impeachment aceito contra a predisente nada mais é que vingança pela recusa de membros do PT de livrá-lo no Conselho de Ética. Caso Cunha caia, os ratos que o protegiam tendem a cair também. Toda a rede de corrupção pode começar a desmoronar. Vai ser longo, doloroso e difícil, mas é um importante passo a ser dado pelo país.

Cunha, tão poderoso hoje, iniciou sua escalada na TELERJ, e sempre transitou entre as esferas do poder desde o governo de Fernando Henrique Cardoso até o presente momento, onde pensou poder dar as cartas na política nacional com o apoio da oposição, que encontra-se cega no seu desejo pelo impeachment.

O segundo ato dessa história se inicia com o depoimento de Lula para a Polícia Federal.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ouvido nesta quarta-feira (16) dentro do principal inquérito da Operação Lava Jato em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele não é investigado no caso e prestou depoimento na condição de informante, conforme autorização proferida em outubro pelo ministro Teori Zavascki, relator das investigações.

Embora Lula não tenha mais o chamado foro privilegiado, o pedido da PF foi enviado ao STF porque o inquérito envolve políticos que só podem ser investigados pelo tribunal. O depoimento foi pedido pela Polícia Federal em setembro e teve o aval da Procuradoria Geral da República (PGR).
No pedido, o delegado Josélio Sousa apontou que o ex-presidente pode ter se beneficiado, obtendo vantagens para si, para o seu partido, o PT, ou mesmo para o seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada às custas de negócios ilícitos na Petrobras.

Ainda em setembro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concordou com o pedido, porém ressaltando que não havia nada de objetivo até aquele momento que justificasse a inclusão de novos nomes na investigação. Isso, segundo o procurador, não impedia que as pessoas fossem ouvidas como testemunhas.

O depoimento de Lula é histórico porque é uma faca de dois gumes.Hoje ele é testemunha, mas caso seja incluído entre os réus com o avançar das investigações e após indícios sólidos de sua ação para beneficiar a si mesmo ou a terceiros, mostrará que estava abaixo do mito de sua imagem como líder popular.

Mas caso se prove que é inocente, que nada há contra ele e que realmente usaram de seu nome, sem permissão, para cometer crimes, Lula se reafirmará como líder popular legítimo, o homem que tirou milhões de pobreza e soube conduzir o país. Poderá falar de cabeça erguida diante de qualquer um, com um legado robusto e inquestionável de quem governou tratando o povo como gente, construindo universidades, hospitais, elevando salários, gerando emprego, renda e mobilidade social.

Quem não deve não teme. Agora, provada a inocência de Lula, a oposição terá muito o que temer.

Porque o terceiro ato se inicia com a condenação de um tucano.

O ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) foi condenado, em primeira instância, a 20 anos e 10 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A sentença foi proferida nesta quarta-feira (16) pela juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage. Da decisão cabe recurso e ele pode recorrer em liberdade.

Azeredo foi condenado por crimes cometidos durante a campanha eleitoral pela sua reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. O ex-governador e ex-senador disse à reportagem da TV Globo Minas que não estava sabendo da condenação. O G1 tentou contato com o advogado do Azeredo, mas ele não foi encontrado.

Eduardo Azeredo foi condenado por sete crimes de peculato – que é o desvio de bens praticado contra a administração pública por servidor público– e seis crimes de lavagem de dinheiro. O ex-senador também foi condenado ao pagamento de 1.904 dias-multa cujo valor, segundo o Fórum Lafayette, de Belo Horizonte, foi fixado em um salário mínimo vigente em 1998. (Portal G1)

O MENSALÃO MINEIRO (LEIA-SE TUCANO) é muito anterior ao do PT. Há quem diga que serviu de inspiração para Zé Dirceu, mas como de costume, foi julgado de forma mais branda, revertido à primeira instância e muitos acusados irão escapar após os crimes prescreverem. Mas a condenação de um tucano é simbólica.

Delcídio do Amaral era tucano e mudou para o PT quando foi conveniente fazê-lo. Delcídio foi preso no PT, então não conta como Tucano, mesmo tendo PSDB em se DNA político.

A condenação de Eduardo Azeredo, mesmo quando ainda cabe recurso, pode ser o sinal de que nenhum partido permanecerá blindado nesse país. Um alento de esperança que os que roubaram erário público nos casos dos trens de São Paulo sejam presos. Assim como os do Banestado e o pessoal ligado a um certo senador que constrói aeroportos em terras familiares e curtem helicópteros recheados com quinhentos quilos de pasta base de cocaína e permanecem em liberdade.

O dia de hoje foi singular. Observemos seus desdobramentos com atenção


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários registrados não traduzem a opinião do blog e são de responsabilidade de seus respectivos autores

A ÚLTIMA POSTAGEM DESSE BLOG

"Tudo tem um começo, um meio e um fim", disse o Oráculo a Neo. Há dez anos inicie um blog. Meu objetivo era debater o que aco...