Uma ótima notícia para os habitantes de Venturosa - PE. Seu principal açude, a barragem da Ingazeira, após as chuvas que marcaram os primeiros meses de 2016, retomou boa parte de sua capacidade e poderá, mais uma vez, fornecer água para os habitantes da cidade. A forte seca que assolou o nordeste brasileiro, agravada por fenômenos que marcam o processo de aquecimento global, já ultrapassa cinco anos e deixou graves marcas em toda a região.
A cidade era abastecida por caminhões pipas há anos e agora voltará a ter água nas torneiras. Equipes da Compesa já estão em Venturosa para detectar e corrigir problemas na rede de abastecimento e dentro em breve o fornecimento será plenamente restabelecido. Num primeiro momento haverá o racionamento com água chegando num intervalo de dez dias, o que irá assegurar o abastecimento por até um ano caso não haja mais chuvas.
A APAC - Agência Pernambucana de Águas e Clima - já divulgou nota afirmando que as chuvas entre março-junho serão escassas e irregulares, podendo ocorrer precipitações abundantes em regiões isoladas, mas que a partir de julho o ciclo de chuvas pode se normalizar no agreste.
Mesmo animados com essa notícia, não podemos deixar de perceber que mais uma vez foi desperdiçada a chance de limpar a barragem, retirando a vegetação de caatinga que a invadiu durante a seca e de até mesmo aumentar sua capacidade de capitação, pois a mesma é vítima de um grave processo de assoreamento. Quando a barragem foi construída, as autoridades políticas da época pensavam mais na irrigação que no abastecimento e Venturosa possuía menos de dez mil habitantes. Hoje são mais de dezesseis mil venturosenses, uma forte indústria de laticínios e derivados, plantios de tomate no entorno que provavelmente serão reativados, tudo isso sem falar dos que usam de sua água de forma clandestina.
A água deverá passar por um sistema de tratamento mais intenso devido a quantidade de plantas e alguns detritos encontrados no açude, mas estará apropriada ao consumo humano, livrando muitas famílias dos gastos com caminhões pipas.
A água deverá passar por um sistema de tratamento mais intenso devido a quantidade de plantas e alguns detritos encontrados no açude, mas estará apropriada ao consumo humano, livrando muitas famílias dos gastos com caminhões pipas.
Quando será que esses problemas entrarão no debate venturosense? Como diz o provérbio indiano: "Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca.
LEMBRANÇAS DA SECA
A imagem da Escola Municipal João Ramalho, na Ingazeira, mantém viva a lembrança de tempos difíceis que parecem (graças a Deus) estarem prontos para se despedir.
A comunidade escolar agradece ao valoroso esforço do exército brasileiro para amenizar o sofrimento causado pela estiagem.
Basta lembrar que boa parte dos habitantes da Ingazeira ou lidam com a pesca ou com o plantio. As duas atividades foram atingidas de forma brutal pela estiagem.
O venturosense é forte desde o seu nascimento. É acostumado com dores e desafios e aprende que na vida só vence quem luta.
Mas essa seca nos ensinou da forma mais dura que as vezes vencer é permanecer vivo, de cabeça erguida, confiando que se é capaz de ir além das maiores dificuldades já vistas.
Muitos agricultores perderam quase tudo o que possuíam. O gado leiteiro foi bastante reduzido. Mas basta o verde se espalhar pelo mato para cobrir nossa terra de esperança.
A lembrança da seca ainda bate na porta, mas a memória de nossa força deve ser maior. A esperança de sermos capazes de enfrentar essa estiagem alimenta nossa fé.
É assim que vamos repetindo o que teriam dito os primeiros: "Nossa terra é de Boa Sorte", não apenas pela terra, mas pelo povo que habita.
Povo forte e venturoso.
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