O DEPUTADO JAIR BOLSONARO continua sua cruzada rumo a
candidatura à presidência. Jair Messias Bolsonaro coleciona polêmicas e
desafetos, mas isso apenas tem feito com que ele pontue em pesquisas de opinião.
A pauta defendida pelo deputado tem apelo popular:
Se depender dele, cada cidadão terá uma arma de fogo. Num
país onde a maioria da população teme por sua segurança, essas palavras soam
como o canto da sereia, seduzindo marinheiros antes que percebam que podem e
provavelmente irão se afogar.
Bolsonaro é a extrema direita brasileira. Defende leis mais
rígidas e mais poder para polícias. Num país de judiciário lento e tendencioso
como o nosso, a esperança de justiça para com os maus seduz. Mesmo sendo velho
na política e tendo feito todos os seus filhos viverem dela, no mesmo regime
que sempre existiu, Bolsonaro se traveste de novo.
Não se diz contra os gays, mas se posiciona contra o que
considera “privilégios” pleiteados pelos LGBTS. Não se diz contra pobres e
marginalizados, mas em palestra recente na Hebraica, onde foi aplaudido várias
vezes pelos mais de 300 membros que foram ouvi-lo, anunciou que caso vença a
corrida eleitoral irá acabar com as reservas indígenas.
Bolsonaro afirmou ter ido a um Quilombo e narrou ter visto
um afrodescendente (o mais leve de lá, nas palavras dele) com de 7 arroubas, “eu
acho que nem para procriador ele serve mais”. Parece que o “mito” não percebeu
que a escravidão acabou e falou do jovem que supostamente viu como se tratasse
de um animal, tal qual um senhor de engenho, barão do café ou capitão do mato
fariam quando ainda erámos um pais escravagista.
O deputado ainda diz que é preciso mudar a legislação sobre
terras indígenas porque onde tem terra de índio tem riqueza embaixo. Bolsonaro
quer negar direitos a populações originárias do nosso país como se os índios
não fossem gente, não fosse cidadãos.
Bolsonaro é a voz do fascismo brasileiro e deve ser
combatido por ser a voz do fascismo. É preciso tornar claro que a oposição que
se faz ao parlamentar não é a negação de todas as suas propostas, que realmente
precisamos de leis que respondam ao drama que vivemos, que nossas instituições
precisam funcionar e que os criminosos têm de ser punidos conforme o seu
delito, mas nosso país não pode gestar um novo Dulce ou um Fuher.
Hoje mais de 10% dos brasileiros apoiam o presidenciável que
ainda não apresentou propostas para a economia, para a educação, a saúde e a
segurança pública. Prender, bater e matar não são políticas de uma democracia,
o que ainda somos, graças a Deus.
Precisamos combater as ideias de Bolsonaro enquanto ainda
podemos.
Não podemos nos furtar a falar sobre isso.
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