CONSIDERAÇÕES SOBRE O CENÁRIO POLÍTICO MUNICIPAL
“Pessoas
grandes discutem ideias e projetos, pessoas pequenas discutem pessoas”. Aprendi
isso desde jovem e quero levar esse ensinamento até os últimos dias de minha
vida. Então, ao escrever esse texto, quero falar sobre ideias e não focar em
pessoas.
Ao
observar a atual conjuntura política em Venturosa é possível perceber que
mudanças já foram iniciadas no campo da oposição. Quem tem mais de vinte anos e
uma boa memória sabe que uma administração bem-intencionada e incrivelmente mal
sucedida por diversos fatores permitiu a chegada de um político habilidoso ao
governo municipal e fragilizou de forma traumática o grupo vermelho.
Quando
Eudes Tenório foi eleito pela primeira vez ele encarnou o espírito da mudança.
O verde que ele trouxe era o da esperança. O bacurau observou a política
durante anos e veio determinado a conduzir o município a um ciclo de
crescimento. Implantou uma política salarial que honrou o compromisso com os
servidores e soube como poucos até agora usar dos canais com deputados e
ministros para trazer recursos para Venturosa. Seus dois primeiros mandatos
coincidiram com o governo Lula e o primeiro governo de Dilma antes da crise. Os
investimentos governamentais não eclipsam as qualidades políticas de Eudes. Ele
soube criar pontes. Ninguém é eleito duas vezes e elege seu sucessor se não
tiver a confiança da maioria dos eleitores e essa confiança não surge do nada.
Quem não enxerga isso está cego pela paixão.
Eleição
após eleição o partido vermelho foi encolhendo. Seus candidatos eram homens
bem-intencionados, queriam apresentar seu projeto e contribuir com Venturosa,
mas faltava-lhes algo: a proximidade com o povo e, porque não dizer, a
capacidade de mostrar que não representavam um retorno a um passado ruim.
Foram
três derrotas seguidas. O eleitor tradicional do partido estava apático, sem
vontade de levantar suas bandeiras (físicas e ideológicas). Até agora. O grupo
que se intitula “novo vermelho” parece desejoso de fazer o exercício da
autocrítica e trilhar caminhos que as lideranças tradicionais pareciam ter
esquecido que existiam. Essas lideranças, mesmo jovens em sua maioria, procuram
ouvir o povo e mobilizar forças para atender algumas de suas demandas. Estão
nos eventos, nas discussões e apoiam causas e projetos sociais. Quando são
desafiados, se expõe e respondem a altura. E isso tem refletido no seu
eleitorado e não apenas nele. As pessoas percebem que aquele costume de
apresentar o grupo faltando apenas seis meses para a eleição foi rompido. O
grupo que hoje se encontra na oposição política está se colocando em campo e
busca construir uma liderança natural, aceita por boa parte da população. Para
quem olhe de fora, o novo projeto desse grupo tem empolgado muitas pessoas. E
isso é bom para a política municipal.
O
prefeito Eudes é um administrador experiente e um político carismático. O
governo municipal está funcionando bem, novos projetos são anunciados e
serviços são entregues para a população, e isso é bom! Um governo bem avaliado
vai continuar lutando para ser bem avaliado e tentará sempre se reinventar.
Uma
oposição que trabalhe e não se dedique apenas a criticar, além de se renovar, vai promover um debate mais equilibrado.
Quem
ganha com isso? O povo! Aqueles que forem capazes de superar a paixão pura e
cega poderão prestar atenção nos dois projetos. Há muito tempo para a eleição,
mais de três anos, não há motivo para que nenhum dos simpatizantes de um desses
grupos ficarem exaltados ou se entregarem com desespero ao espírito da
urgência. Governo e oposição, cada um ao seu modo, continuarão a trabalhar e
criticar-se mutuamente, faz parte do jogo. Algumas críticas serão pontuais,
outras não, e cabe ao povo que é inteligente filtrar e dizer quem tem razão em
cada nova situação que há de surgir. No tempo certo, optarão por aquele que se
demonstrar capaz de realizar o que os venturosenses desejam.
Isso apenas o
tempo (e as ações de cada um) vai revelar.
Agressões
gratuitas e de baixo nível vindo de qualquer lado só vai mostrar o aspecto
negativo de quem agride: ou o despreparo ou desespero!
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