Esses dias me pus a refletir um pouco sobre minha trajetória enquanto ser político e social. Sim, amigos, todos nós que nos preocupamos com o destino de nossas comunidades, de nosso estado, do nosso país, somos ou deveríamos ser políticos no mais literal sentido da palavra: o cidadão da pólis (cidade). Lembro aqui que o palavra idiota surgiu para designar o ser individual que não se preocupava com o destino da cidade e não participava da vida pública. Esse era o idhiótis.
Vivemos em um momento onde o descrédito com a classe política é tanto que para a maioria de nós o idiota é quem se interessa por política e não o contrário. Não é para menos, são casos e mais casos de corrupção, tráfico de influência, enriquecimento ilícito e o total descaso com a coisa pública. Os serviços básicos como saúde, segurança e educação são sucateados enquanto as excelências perdem os últimos vestígios de vergonha e passam a nos golpear claramente com sua atividade.
É preciso resgatar o sentido original das coisas e isso deve começar pela nossa casa. O Brasil precisa dar passos significativos e o ponto de partida será o processo de eleição municipal de 2016. A qualidade dos políticos eleitos reflete a dos seus eleitores.
Fui duramente criticado por alguns quando pedi desfiliação do PTB em Venturosa. Acusaram-me de ser um vendido. Pessoas não tem preço! Ora, depois de ter participado de várias eleições percebi que dificilmente minhas ideias seriam aceitas por políticos tradicionais. Também percebi que estando filiado a um partido se espera que você silencie a respeito dos erros que possam existir dentro dele.
"Ou você está conosco ou está contra nós", pensam boa parte dos eleitores e quase todos os aspirantes a mandato. Então, na paixão por um cor se abre mão de enxergar todos as tonalidades que compõe o quadro. Ao optar pela independência partidária não me vendi, muito pelo contrário, resgatei a minha liberdade. Quem é apaixonado por uma cor não questiona, não opta, não força a mudança porque está concentrado em manter a estrutura sem perceber que muitas vezes está sendo manipulado por quem está no topo da pirâmide.
Quem não tem paixão partidária pode olhar de fora, prestar atenção nas ações ou na falta delas, cobrar intervenções e fiscalizar a atuação dos políticos eleitos. Pode criticar ou elogiar sem ter medo de ser sincero. Não está obrigado a buscar um defeito em tudo para não elogiar o que merece ser elogiado ou de tapar os olhos para não criticar o que deve ser criticado.
Sem paixão por cores é mais fácil ser cidadão. E é disso que o Brasil precisa urgentemente: cidadãos e cidadãs que pensem no coletivo e não em projetos de poder de pessoas ou grupos. O voto é sua arma de transformação, não abra mão desse direito por nenhuma cor, candidato ou grupo.
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