O Senado Federal abriu consulta pública sobre um projeto que
não deveria nem ser aceito, trata-se do “Escola sem Partido”, do senador Magno
Malta. A Associação Escola sem Partido é um grupo liderado pelo advogado Miguel
Nagib. Uma de suas iniciativas é a divulgação de anteprojetos de lei estadual e
municipal, que buscam legislar sobre o que é ou não permitido ao professor
debater dentro de sala de aula.
O Projeto de Lei nasce num momento tenso de polarização
política e ideológica onde as direitas enxergam que professores têm doutrinado
ideologicamente seus alunos. Alunos não são folhas em branco onde o professor
escreve o que quer, alunos pensam, questionam e discordam dos seus professores.
Ter um professor de direita não transforma o aluno num Olavo de Carvalho ou num
Jair Bolsonaro, não o faz militante do Dem ou do PSDB. Da mesma forma ter um
professor de esquerda não transforma o aluno num militante do PT, defensor dos
sem-terra ou progressista. Ter um professor gay não transforma ninguém em
homossexual ou vice-versa. Querer proibir um professor de se posicionar sobre
determinados temas é um ato de censura histérica. Lembremos que a atividade
docente só foi vítima de censuras em ditaduras de direita ou esquerda. Num
democracia o professor deve expor as contrariedades do capitalismo e do
socialismo, debater sobre preconceitos religiosos e tratar sobre a questão de
gênero, não induzindo seus alunos, mas expondo que cada um tem o direito de
viver sua vida como quer. Se a escola não for inclusiva e remar contra os
preconceitos de gênero, classe e religião, quem será? A mídia? Os grupos
religiosos? O mercado?
Antes de imprimir a censura a professores e professoras, o
Estado brasileiro deveria garantir condições adequadas de trabalho e salários
dignos aos educadores. Deveria construir escolas de qualidade, assegurar
alimentação de qualidade, material didático de excelência e o acesso a um
Ensino Superior compatível com os impostos que cobra. O Brasil deveria estar
preocupado em vencer a corrida tecnológica, formar mestres e doutores capazes de
contribuir com o desenvolvimento científico e econômico desse país. Deveria
mirar em exemplos como o do Japão, da Suécia, da Noruega, Finlândia ou qualquer
país que se desenvolveu investindo em educação.
Escola sem partido? Escola não tem partido, se tivesse os
professores não viveriam abandonados pela sociedade e pelo estado. Então peço
aos leitores do blog e aos amigos que me acompanham na rede social para visitar
a página do Portal e-cidadania e votarem contra esse projeto.
O cadastro é simples e pode ser feito se logando pelo
facebook.
Vamos fazer valer nossa opinião e lutar por uma escola livre
de preconceitos.
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