terça-feira, 19 de julho de 2016

ESCOLA SEM PARTIDO NÃO É PELO FIM DE UMA SUPOSTA DOUTRINAÇÃO, É PELO FIM DA LIBERDADE INTELECTUAL E PELO RETROCESSO NA EDUCAÇÃO.


 
O Senado Federal abriu consulta pública sobre um projeto que não deveria nem ser aceito, trata-se do “Escola sem Partido”, do senador Magno Malta. A Associação Escola sem Partido é um grupo liderado pelo advogado Miguel Nagib. Uma de suas iniciativas é a divulgação de anteprojetos de lei estadual e municipal, que buscam legislar sobre o que é ou não permitido ao professor debater dentro de sala de aula.
O Projeto de Lei nasce num momento tenso de polarização política e ideológica onde as direitas enxergam que professores têm doutrinado ideologicamente seus alunos. Alunos não são folhas em branco onde o professor escreve o que quer, alunos pensam, questionam e discordam dos seus professores. Ter um professor de direita não transforma o aluno num Olavo de Carvalho ou num Jair Bolsonaro, não o faz militante do Dem ou do PSDB. Da mesma forma ter um professor de esquerda não transforma o aluno num militante do PT, defensor dos sem-terra ou progressista. Ter um professor gay não transforma ninguém em homossexual ou vice-versa. Querer proibir um professor de se posicionar sobre determinados temas é um ato de censura histérica. Lembremos que a atividade docente só foi vítima de censuras em ditaduras de direita ou esquerda. Num democracia o professor deve expor as contrariedades do capitalismo e do socialismo, debater sobre preconceitos religiosos e tratar sobre a questão de gênero, não induzindo seus alunos, mas expondo que cada um tem o direito de viver sua vida como quer. Se a escola não for inclusiva e remar contra os preconceitos de gênero, classe e religião, quem será? A mídia? Os grupos religiosos? O mercado?
Antes de imprimir a censura a professores e professoras, o Estado brasileiro deveria garantir condições adequadas de trabalho e salários dignos aos educadores. Deveria construir escolas de qualidade, assegurar alimentação de qualidade, material didático de excelência e o acesso a um Ensino Superior compatível com os impostos que cobra. O Brasil deveria estar preocupado em vencer a corrida tecnológica, formar mestres e doutores capazes de contribuir com o desenvolvimento científico e econômico desse país. Deveria mirar em exemplos como o do Japão, da Suécia, da Noruega, Finlândia ou qualquer país que se desenvolveu investindo em educação.
Escola sem partido? Escola não tem partido, se tivesse os professores não viveriam abandonados pela sociedade e pelo estado. Então peço aos leitores do blog e aos amigos que me acompanham na rede social para visitar a página do Portal e-cidadania e votarem contra esse projeto.
O cadastro é simples e pode ser feito se logando pelo facebook.

Vamos fazer valer nossa opinião e lutar por uma escola livre de preconceitos.


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