domingo, 21 de agosto de 2016

DIZER QUE NO BRASIL DE TEMER ATÉ O FUTEBOL MELHOROU É INFANTILIDADE, FANATISMO OU FALTA DE UM BOM LIVRO DE HISTÓRIA.

Pelé e o presidente Emílio Garrastazu Médici
O Brasil conseguiu um feito inédito em seu futebol: o ouro olímpico!

Depois do fiasco apresentado na copa do mundo, o eterno 7x1 sofrido contra a seleção alemã, e de resultados pífios nos últimos jogos, a seleção canarinha apresentou um futebol digno de sua história. A decisão nos pênaltis foi, como diz o jargão, “um teste para cardíacos”.

Neymar, o tão criticado e cobrado atacante (algumas vezes de forma merecida), cobrou o pênalti decisivo e caiu num choro compulsivo de quem cumpriu sua missão. Claro que a defesa efetuada pelo goleiro Weverton não foi menos heroica ou menos brilhante. O conjunto funcionou bem. Há quem diga que as mudanças táticas efetuadas após a visita de Tite, ex-técnico do Corinthians e agora professor da seleção principal foi decisiva para a mudança no estilo de jogo que levou a equipe olímpica até a vitória.
“O campeão voltou”, gritava a torcida eufórica. Nas redes sociais Neymar foi absolvido, a seleção recuperou o amor do povo e uma ideia perigosa, cínica, voltou a circular.

Essa ideia saiu do túmulo como um zumbi de um filme de terror, pronta a devorar cérebros e acabar com as vidas dos incautos. Desde a época de 1970, em plena ditadura militar, não se procurava associar sucesso no futebol com economia e política.

Foi durante o governo do presidente linha dura Emílio Garrastazu Médici que o Brasil se sagrou campeão da copa do mundo de 1970. Médici foi responsável pelo período mais repressor desse país, onde centenas de pessoas foram torturadas e mortas. 

Nessa época a economia mundial crescia e a brasileira se beneficiou disso. Cresceu cerca de 10% ao ano. Houve aumento na oferta de empregos, bem como de empréstimos vultuosos no exterior. Médici se dizia amante do futebol e a conquista da Copa, tornando o país tri-campeão mundial, gerou a propaganda promíscua de apoio ao regime desumano. “Ninguém segura esse país”, “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Hoje temos o Temer, vice presidente da chapa de Dilma, inelegível por oito anos, com riscos de ser caçado pelo TSE, levado ao poder num processo questionável de impeachment e com uma agenda política que não venceria nenhuma eleição.

Temos o Temer que quer congelar os investimentos em saúde e educação pelos próximos vinte anos.
O Temer que quer fixar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos.
O Temer que está promovendo um desmonte do SUS para entregar a saúde os pobres a planos populares sem qualidade.
O Temer que quer privatizar todas as nossas empresas.
O Temer que foi apontado como informante dos EUA, que é amigo pessoal e defensor do Eduardo Cunha, que reduziu programas sociais e já anunciou cortes gigantescos nas verbas das universidades federais e cujo ministro da justiça disse que precisamos de mais armas e menos pesquisas.
E hoje as redes sociais saúdam esse Michel pelo ouro olímpico da seleção brasileira.
Ainda não sei se por infantilidade, ignorância ou cinismo. A hipocria as vezes se disfarça bem.
O Michel Temer já copiou o slogan da ditadura no seu governo interino, está desmontando o país e o isolando internacionalmente. Agora, esse desmonte está sendo apoiado por quem ama futebol e nada entende de história ou política.
Os mesmos que mandam os questionadores irem para Cuba. Eles já tinham adota o “ame-o ou deixe-o” antes do “ninguém segura esse país”.

Estamos indo para o fundo do poço, amigos. Há muito o que Temer.

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