A pesquisa da CNT/MDA confirma o que o Datafolha já tinha detectado.
Lula cresceu. E não foi pouco. A pesquisa anterior da CNT, de outubro do ano passado, mostrava Lula com 11,4% na espontânea e 24,8% na estimulada. A pesquisa de agora mostra Lula com 16,6% na espontânea e 30,5% na estimulada.
Aécio caiu para quarta posição, atrás de Bolsonaro e Marina Silva.
O único candidato que está crescendo, além de Lula, é Bolsonaro.
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Abaixo, os números da pesquisa 133, da CNC/MDA, divulgada hoje, 15/02/2017.
CONJUNTURAIS
Eleição presidencial 2018
1º turno: Intenção de voto espontânea
Lula: 16,6%
Jair Bolsonaro: 6,5%
Aécio Neves: 2,2%
Marina Silva: 1,8%
Michel Temer: 1,1%
Dilma Rousseff: 0,9%
Geraldo Alckmin: 0,7%
Ciro Gomes: 0,4%
Outros: 2,0%
Branco/Nulo: 10,7%
Indecisos: 57,1%
1º turno: Intenção de voto estimulada
CENÁRIO 1: Lula 30,5%, Marina Silva 11,8%, Jair Bolsonaro 11,3%, Aécio Neves 10,1%, Ciro Gomes 5,0%, Michel Temer 3,7%, Branco/Nulo 16,3%, Indecisos 11,3%
CENÁRIO 2: Lula 31,8%, Marina Silva 12,1%, Jair Bolsonaro 11,7%, Geraldo Alckmin 9,1%, Ciro Gomes 5,3%, Josué Alencar 1,0%, Branco/Nulo 17,1%, Indecisos 11,9%
CENÁRIO 3: Lula 32,8%, Marina Silva 13,9%, Aécio Neves 12,1%, Jair Bolsonaro 12,0%, Branco/Nulo 18,6%, Indecisos 10,6%
2º turno: Intenção de voto estimulada
CENÁRIO 1: Lula 39,7%, Aécio Neves 27,5%, Branco/Nulo: 25,5%,
Indecisos: 7,3%
CENÁRIO 2: Aécio Neves 34,1%, Michel Temer 13,1%, Branco/Nulo: 39,9%,
Indecisos: 12,9%
CENÁRIO 3: Aécio Neves 28,6%, Marina Silva, 28,3%, Branco/Nulo: 31,9%,
Indecisos: 11,2%
CENÁRIO 4: Lula 42,9%, Michel Temer 19,0%, Branco/Nulo: 29,3%,
Indecisos: 8,8%
CENÁRIO 5: Marina Silva 34,4%, Michel Temer 16,8%, Branco/Nulo: 35,2%,
Indecisos: 13,6%
CENÁRIO 6: Lula 38,9%, Marina Silva 27,4%, Branco/Nulo: 25,9%,
Indecisos: 7,8%
LULA LIDERANDO PRIMEIRO TURNO É SINAL DE QUE O POVO NÃO É BOBO.
Não é questão de dizer se ele é culpado ou inocente nas ações em que é autuado como réu. O fato de ser réu não presume culpa e pode ser que ele seja inocentado ao final do processo.
Mas chama a atenção de pessoas que têm interesse por política o fato de Lula, linchado todos os dias pelos grandes veículos de mídia, sendo tratado por estes como sendo a mente criminosa que instituiu a corrupção no Brasil, aparecer liderando pesquisas de opinião.
Acredito que isso se dá pelo simples fato do povo não ser bobo. Os trabalhadores, os que são mais atingidos pelo golpe parlamentar do ano passado, têm consciência de que a crise econômica foi agravada para que a derrubada de Dilma fosse possível. O povo enxerga os dois pesos e duas medidas para o tratamento de casos semelhantes.
O povo também sente e sabe que os dois governos tratam os mais pobres de forma diferente. Ele não está satisfeito com as reformas de Temer que condenam o país ao passado. Parte da população ainda está acordando do baque, mas tão logo sinta na pele o peso da conta, não vai tardar a se indignar.
"A saudade de Lula" já aparece em pesquisas encomendadas por jornais que se planejam para destruí-lo. Os mais jovens não sabem como era o Brasil antes da transformação social iniciada pelo líder trabalhista, mas sente o desgoverno Temer.
O povo não é bobo. Sabe que dos atuais mandatários nenhum é melhor que Lula, mais inocente ou mais engajado com o crescimento do país.
Se Lula escapar do parcial Sérgio Moro, poderá voltar à presidência pelo simples fato de que os que hoje ditam os rumos do país não conseguirem dar ao povo condições mínimas de saúde, trabalho e dignidade.
O povo escolherá pelos seus interesses.
Nisso ele nada tem de bobo.
A RADICALIZAÇÃO DA POLÍTICA SERVIU PARA BOLSONARO
Jair Messias Bolsonaro surfa na radicalização política fabricada no Brasil. Político polêmico, de discurso duro e defensor de temas controversos. Bolsonaro é um sinal dos tempos modernos. Em épocas de crise parte das pessoas abdica do senso crítico e deseja um salvador, alguém em quem projetam sua ansiedade. Bolsonaro surge como o defensor da pauta da direita ultrarradical. Parte do seu discurso encontra respaldo graças a falência das instituições. Numa sociedade marcada por impunidade, Bolsonaro quer que o "cidadão de bem" possa ter arma para se "defender", afirma o velho jargão de que "bandido bom é bandido morto", mas não é só isso, defende o Estado mínimo, a ampla e irrestrita privatização e a revisão de direitos já conquistados. Grupos indígenas e demais minorias estariam na mira do "Bolsomito".
A fala de Bolsonaro é machista. No passado defendeu golpe caso tomasse o poder. Na tribuna elogiou o coronel Ustra, torturador no regime militar. Bolsonaro não apresenta propostas para o crescimento, não debate economia, políticas de transferência de renda ou grandes projetos para o país. Ele não precisa. Seus seguidores querem alguém que imponha respeito, arme polícia e cidadãos "de bem", persiga os "esquerdopatas" e "coloque ordem no país".
Na tentativa de queimar as esquerdas, nossa mídia deu voz a grupos que flertam com o fascismo. Esses grupos e o cidadão de perfil mais conservador compõe a base atual de Bolsonaro. Mas não se assustem se o seu populismo de direita angariar mais votos. O Brasil vive tempos estranhos.
CRESCIMENTO DE LULA OFUSCA CIRO GOMES, ISSO NÃO DEVERIA ACONTECER
Em pesquisas anteriores Ciro se aproximava de Bolsonaro. Com o crescimento de Lula a distância entre os dois cresceu muito. A esquerda tem saudades de Lula.
Ciro tem formação em Direito e fez Economia em Havard. Atuou na iniciativa privada e tem ficha limpa. Além disso fez parte da equipe econômica do plano Real e tem caráter trabalhista. O cearense pode personificar a renovação do trabalhismo brasileiro na era pós Lava Jato. O pré-candidato tem percorrido o Brasil, mas não tem perfil oficial em redes sociais e peca por isso. Com Ciro no debate o Brasil tem a chance de ultrapassar a polarização PT X PSDB e, com sorte, ouvir um político que deseje governar sem o PMDB.
AÉCIO e MARINA
Estrelas da eleição passada que podem não brilhar nessa. Marina ficou famosa por mudar muito rápido de opinião. A verde ainda pode ser investigada em desdobramentos da operação Turbulência. Aécio seria o "primeiro a ser comido" segundo Romero Jucá. O Mineirinho foi fartamente citado na Lava Jato, é investigado por superfaturamentos na cidade administrativa e tem perdido prestígio junto aos seus pares. Além disso, caso a gestão do prefeito de São Paulo, João Dória, decole, esse deve oxigenar Geraldo Alckmin .
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