Câmara de Garanhuns reduz valor da hora-aula
Do Imprensa do Agreste
Por 11 votos a 2 a Câmara de Vereadores de Garanhuns aprovou, na manhã de hoje, o projeto do Poder Executivo que altera o cálculo da hora-aula e abrindo caminho para a redução da carga horária dos profissionais de ensino no município.
Segundo o vereador e professor Márcio, que juntamente com Tonho de Belo, votou contra a proposta da prefeitura, a proposta retira direitos dos trabalhadores. “Votei com minha consciência e a favor da classe”, justificou o vereador, que assegura que os parlamentares não receberam pressão para votar a favor ou contra as alterações aprovadas hoje.
Tonho de Belo disse que desde o começo estava contra o projeto e não seria nesta sexta-feira que iria mudar de posição. O procurador jurídico do município, João Pontes, explicou que o projeto do Executivo está totalmente dentro da legalidade e que diversas outras cidades da região pagam o professor da mesma maneira que Garanhuns vai fazer a partir de agora.
Ele disse que muitos professores que resistiram à matéria trabalham também no Estado, que adota o mesmo sistema que irá vigorar no município depois das modificações referendadas na Câmara.
Centenas de professores lotaram hoje o plenário, a antessala e até parte da frente da Câmara Municipal. Eles pressionaram, vaiaram, portaram faixas e cartazes, mas não conseguiram reverter a decisão dos parlamentares que por ampla maioria aprovaram a proposta do prefeito Izaías Régis (PTB).
COMENTÁRIO DO BLOG
Na época da campanha todos são a favor da educação. Todos prometem melhores condições para profissionais e mais recursos para os alunos. Todos afirmam ser a educação a força motriz que impulsiona o crescimento e garante o necessário salto para o futuro.
Isso nas eleições. Depois a história é outra.
O prefeito de Garanhuns assim como tantos outros Brasil afora cortam o que deveria ser pétreo e sagrado, o já defasado salário dos professores.
Profissão fundamental para a formação de outros profissionais e tratada como banal por tantos gestores. Enquanto isso assessores e cargos comissionados sem qualquer exigência ou especialização recebem salários astronômicos para pouco ou nada acrescentar á administração pública.
Vereadores que deveriam defender os interesses do povo e fiscalizar o executivo e que se comportam como subalternos de prefeitos.
O que ocorreu em Garanhuns não é fato isolado, é um retrato da desconstrução da educação pública, do descaso com os professores e da falta de compromisso com a qualidade do serviço educacional prestado aos alunos da rede.
Isso força os bons profissionais e desistirem do sonho de ser professor e passem a ambicionar outros cargos do serviço público. Idealismo não enche barriga, não paga as contas, não custeia livros e cursos de atualização.
Que o povo observe e que reaja.
Quem não valoriza o professor desvaloriza a educação. Quem não valoriza a educação trabalha para gerar desigualdade, desemprego, violência e miséria.
Pensem nisso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários registrados não traduzem a opinião do blog e são de responsabilidade de seus respectivos autores