O ano se apresenta com a difícil missão de ser aquele que apontará
os novos rumos do país. O Brasil ainda traz as dores provocadas pelo golpe
parlamentar que depôs uma presidente democraticamente eleita e o amargo
resultado (para os mais pobres) das “reformas” promovidas pelo presidente
Temer.
A gasolina aumenta de preço toda semana, o gás de cozinha
tornou-se artigo de luxo, o salário mínimo teve o menor reajuste dos últimos 24
anos e milhares de postos oficiais de trabalho foram fechados após a Reforma
que se dizia, iria beneficiar o trabalhador.
Como disse um amigo no apagar das luzes de 2017: “Mais inocente
do que quem diz que não foi golpe é aquele que acredita que só foi um”. Ainda
há o temor de uma reforma da previdência, que castigará exclusivamente os
trabalhadores que ganham menos, já que militares ficam de fora e servidores
federais fazem pressão para garantirem que nada de concreto mude para eles e o
judiciário continua a viver de valores surreais.
2018 é o ano de decidir o destino da nação e até agora isso
tem trazido mais medo que esperança.
O destino de Luís Inácio Lula da Silva é incerto e tem o
potencial de pôr fogo a um país que vem se tornando um barril de pólvora. Não
dá para dizer com exatidão se ele é culpado ou inocente após atropelos
judiciais, o comportamento de juízes midiáticos, o cerceamento da ampla defesa
e o explícito desejo da Lava Jato em prendê-lo, mesmo com falta de provas e excesso
de convicção. Essa figura polêmica que desperta ódios e paixões, que para uns
foi o melhor presidente do país, para outros não passa de um farsante que chefiou
uma quadrilha num dos maiores esquemas de corrupção (até porque ninguém se
interessou em pesquisar mais fundo na nossa história para divulgar caixas
pretas dos governos anteriores, incluindo nos tempos da ditadura militar), que
antes de ser candidato deveria provar sua inocência num julgamento justo, esse
é o líder nas pesquisas de intenção de voto.
Seu antagonista, o deputado Jair Bolsonaro traz o que de
pior existe no conservadorismo brasileiro. Polêmico, especializou-se em eleger
familiares, não apresentar projetos e atacar minorias. Já pronunciou frases
racistas, homofóbicas e fez apologia a torturadores e ao estupro (denúncia
aceita pelo STF). Defende Estado Mínimo, porte irrestrito de arma, pena de
morte e se faz de perseguido pela mídia. Bolsonaro não entende de economia,
tropeça quando fala de saúde, até o presente momento não tem propostas para a
educação e se aproveita do conservadorismo mais reacionário e retrógrado que
esse país produziu nas última décadas. Esse é o que ocupa o segundo lugar nas
pesquisas.
Ainda temos aqueles que buscam um lugar ao sol, longe dos
extremos à direita ou à esquerda. Geraldo Alckmin, Marina Silva, Ciro Gomes,
Álvaro Dias, Lucinao Huck são exemplos disso. Outros nomes são cotados, como o
do juiz do mensalão, Joaquim Barbosa. 2018 será, em muitos pontos, parecido com
1989. O país em busca de um salvador e prestes a dar um tiro no próprio pé.
2018 tem de ser o ano do debate sério, de se buscar soluções
viáveis para o país, longe dos espectros do “pai dos pobres” ou do “bandido bom
é bandido morto”. Precisamos tocar em assuntos fundamentais como investimentos
públicos, geração de emprego e renda. Reforma tributária, impostos sobre
grandes fortunas e, claro, como serão financiadas a educação, a saúde e a
segurança públicas. É o ano de se debater o papel de estados e municípios, como
serão distribuídos os repasses dos nossos impostos e como sairemos dessa crise
com dignidade.
Se ficarmos presos nessa falsa divisão entre direita e
esquerda, coxinhas e mortadelas, sendo vítimas de notícias falsas que circulam
na internet e são propagadas por grupos como MBL e em páginas de apoiadores dos
líderes de pesquisa, 2018 será o ano em que nosso futuro sairá de férias por
tempo indeterminado.
Voto nulo ou em branco não anula resultado de eleição.
Deputado que protege corrupto de ser investigado em troca de cargos e emendas não
deve ser reeleito e quem está sendo investigado também deveria perder o foro
privilegiado. Lembre que Aécio, Jucá e tantos outros não caíram de paraquedas,
foram eleitos.
2018 pode ser o ano de refundar o Brasil. Pense nisso antes
de votar.
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