O nome de Ernandes foi apontado após realização de pesquisa
de opinião, entre os postulantes do grupo ele foi o que teve maior aceitação e
isso foi mérito próprio. A soma dos fatores lhe deu a vitória. Mas uma coisa é
vencer, a outra é governar.
Logo nos primeiros meses sentiu-se a diferença nos gestores.
Eudes é carismático e enérgico, algumas vezes ríspido. É um homem que gosta de
mostrar trabalho mas em contrapartida não é muito afeito a discordâncias.
Ernandes não possui o carisma do odontólogo, quando fala
para multidões não surte o mesmo efeito magnético de Eudes, mas no corpo a
corpo, no contato pessoal, Ernandes ganhou muitos admiradores. Não se limitou a
ser um mero continuísta do trabalho deixado por Eudes e batalhou para imprimir
sua marca em Venturosa. “Ernandes sabe ouvir”, disseram muitos.
Além de concluir obras da antiga gestão, Ernandes trouxe
vários projetos para o município, realizou obras de saneamento e calçamento de
várias ruas. Levou água encanada para zona rural e adquiriu uma máquina
perfuratriz. Ampliou a Unidade Justa Maria Bezerra, reformou e construiu
Unidades de Saúde da Família e iniciou a maior obra de saneamento básico do
município que pretende tratar a água descartada e devolvê-la em condições de
reuso.
No funcionalismo deu continuidade à política de Eudes de
pagar salários rigorosamente em dia, o que é uma obrigação e não uma virtude,
mas diante da crise em que o Estado e o país se encontram foi mantida por poucos
prefeitos.
No apagar das luzes do governo, a atuação de Ernandes não
diminuiu. A unidade Justa Maria Bezerra recebeu ainda essa semana dezenas de
equipamentos hospitalares. Quadras foram entregues em escolas municipais e o
pagamento dos funcionários, incluindo décimo terceiro salários, foi efetuado.
A festa de fim de ano foi sacrificada. Os que desejavam
artistas famosos e bandas de destaque ficaram enraivecidos (não sem razão), mas
o dever falou mais alto. A soma das ações do governo fez com que sua gestão fosse
bem avaliada por instrumentos externos, como o do Jornal Folha de São Paulo e
valeu mais uma vez a aprovação do município pelo Selo Unicef. A prova de que a
cidade continuou crescendo nos quatro anos da gestão de Ernandes.
Na parte cultural se mostrou que pode se fazer muito
gastando pouco. O arraial na minha rua foi um sucesso de público e crítica. O
baile de quinze anos para alunas das escolas municipais permitiu a muitas
jovens realizarem o sonho de toda adolescente propiciando felicidade a muitas
famílias.
Nem tudo foi flores. Houve críticas em relação a condição da
Unidade Justa Maria Bezerra, tanto nos medicamentos quanto no atendimento
prestado. A criminalidade aumentou de forma descontrolada e a administração
municipal foi cobrada também por erros e omissões estaduais e federais. A PEC
que limita gastos vai piorar esse quadro para o próximo gestor. O pacto pela
vida faliu e o SUS é vítima de desmonte por esse presidente sem legitimidade
que comanda os rumos da nação.
No geral o prefeito Ernandes Abuquerque acertou bem mais que
errou. Mostrou que caminhou com suas próprias pernas e que soube se comportar
como um estadista, abrindo mão do seu direito natural de concorrer por mais uma
eleição para ouvir a voz das ruas que pedia o retorno do carismático Doutor
Eudes. O grupo seguiu unido e mais uma
vez saiu-se vitorioso nas urnas.
Amanhã Ernandes transmitirá para Eudes o comando do
município. Entregará um município enxuto e sadio financeiramente, assim como
recebeu. O drama do IPSERV continua, assim como estava quando recebeu. Um
prefeito bem avaliado deixa o cargo e outro bem avaliado pelo povo assume. Cada
um tendo conquistado seu espaço na memória dos venturosenses. Nenhum dos dois
sendo unanimidade, mas cada qual, a seu modo, contribuindo positivamente com a
cidade Venturosa.
Ernandes será lembrado como um bom prefeito. E se a história
for justa, não desaparecerá da cena política.
Um prefeito q me surpreendeu positivamente!
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