sexta-feira, 12 de maio de 2017

COLUNA DE SEXTA - UM ANO TEMEROSO


O presidente Temer está há um ano no cargo máximo do Executivo da República Federativa do Brasil.

Ele chegou ao poder após o impedimento de Dilma Rousseff. Ainda hoje há discussões acirradas sobre a forma que esse impedimento foi conduzido: foi golpe ou não? Se está previsto na lei não pode ser golpe, dizem alguns. O espetáculo grotesco da votação, as chantagens de Eduardo Cunha, os áudios de Romero "estacar a sangria" Jucá, não deixam dúvidas: foi golpe parlamentar travestido por um regimento legal.

Por que falar de Dilma Rousseff? Ora, porque a esperança de muitos dos que apoiaram aquela lambança dos deputados (por meu neto, por minha filha, pelo prefeito de Montes Claros que acabou preso no dia seguinte) era de que o país melhorasse com a saída daquela que indagava sobre o que é uma ponte e saudava a nobre mandioca.

E o Brasil melhorou?

A inflação está aparentemente sobre controle. Mas não ignorem que temos 14 milhões de pessoas sem emprego. O que mantém a inflação baixa são duas coisas que massacram nosso povo: recessão e desemprego, que empurram o consumo para baixo e mantém o dragão inflacionário acorrentado.

Temer disse que enxugaria o Estado. Deu aumentos astronômicos para o judiciário, manteve a variedade quase infinda de ministérios e nomeou corruptos para o seu governo. Foi citado na Lava Jato? Não se preocupe, titio Temer te dá ares de Ministro e foro privilegiado. Claro que o pau que deu em Lula não alcançou Moreira Franco. Nem a Globo nem Gilmar Mendes tiveram a mesma opinião nos dois casos.

O presidente Temer disse que não teria medo de tomar medidas impopulares.

E elas vieram. Reformas que não foram debatidas nem explicadas a sociedade e jogaram nas costas dos pobres o desgoverno de Dilma, a corrupção de setores do PMDB e do PT, o aumento do judiciários e os favores financeiros para o legislativo.

A Reforma Trabalhista interessa a patrões e se gerar empregos serão ocupações com menores salários e sem segurança jurídica para muitos trabalhadores.

A Reforma da Previdência vai condenar os mais pobres a trabalhar mais tempo, dificultar seu acesso a benefícios e retirar parte de sua renda caso não cumpram o tempo mínimo de contribuição. Juízes, promotores, deputados e senadores ficaram de fora da conta, caso queiram saber.

E tudo isso em apenas um ano de governo.

O Brasil melhorou? Depende de qual andar do prédio você ocupa. Para os que moram na cobertura nunca esteve tão bom.

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