Quando entrevistei os candidatos
a prefeito de Venturosa, Charlles Adriano (PDT) e Eudes Tenório (PR), fiquei
animado com a possibilidade de um debate entre os dois. Numa conversa informal
ambos apreciaram a ideia.
O pensamento inicial era de que o
debate fosse transmitido pela Rádio Comunitária Venturosa Fm. Como não estou
vinculado a nenhum dos grupos, pensei que teria condições de mediar um debate
entre os candidatos, no mesmo clima em que as entrevistas foram realizadas. A
data pensada foi a de 23 de setembro. No caso da confirmação dos candidatos,
haveria uma reunião para estipular as regras do mesmo.
Em minha mente o debate teria
quatro blocos. 1) Cada candidato teria 10 minutos para expor suas ideias
livremente. 2) Perguntas sobre educação, saúde, saneamento, segurança pública,
juventude e projetos para zona rural seriam feitas aos candidatos por sorteio.
3) Candidatos perguntariam um ao outro. 4) Cada candidato faria suas
considerações finais.
A ideia não vingou. Duas coisas
me fizeram não levar isso à frente: a falta de estrutura e o clima acirrado das
militâncias partidárias. Li num artigo escrito por um psicólogo que quem ganha
debate é quem tem sua preferência. Para ele o eleitor já decidiu que o
candidato para quem ele torce sairá vencedor do debate porque poucos conseguem
julgar além de sua predileção.
Quando vi meu nome ser citado num
perfil político como possível mediador senti estranheza porque já havia
desistido da ideia. Os últimos acontecimentos só me deram a certeza de que fiz
a coisa certa.
A Rádio Comunitária emitiu uma
nota em sua rede social dizendo não estar preparada para um evento desse porte.
Concordo, em parte. Mas diante do clima gerado no desafio mútuo, a direção da
emissora acertou ao emitir a nota.
Não se faz debate em praça pública. Não se faz debate sem comunicar à Justiça Eleitoral. Não se foge de debate que não foi agendado. Então, nessa briga em carros de som não há vencedores nem derrotados.
Quem venceria o debate? Ora, para
os eleitores de Charlles, ele seria o vitorioso. Para os eleitores de Eudes,
com certeza, ele ganharia. Caso um dos candidatos se saísse mal em uma
resposta, “a pergunta foi tendenciosa”, “armaram para pegá-lo”, “eu não disse
que seria assim?”.
Um debate é ótimo para o
exercício da democracia, mas ainda não vai ser dessa vez que veremos um. Ainda há
passos que devem ser dados por políticos, militantes e cidadãos.
Como já disse em outros posts, independente de quem vença, desejo um bom governo para Venturosa. Um que permita a superação desse modelo político, das campanhas acusatórias, da troca de desafios e no acirramento dos ânimos. Mas isso não depende dos eleitos, meus amigos. Isso depende principalmente dos eleitores.
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