Sempre tive atração por política. Meu pai militou vários anos em Venturosa, trabalhou como pintor e locutor de várias campanhas, então, desde cedo, convivi com políticos. Conheci de perto lideranças municipais e regionais. Umas me despertaram fascínio, outras não. Mas sem dúvida, uma das experiências mais marcantes no trato com políticos foi quando encontrei o governador Eduardo Campos.
Enquanto funcionário público discordei de muitas ações dele para com minha classe, mas não se pode negar que Eduardo era um animal político e sabia o que estava fazendo. Não fosse o acidente aéreo que tirou-lhe a vida, talvez tivesse sido eleito presidente.
O encontrei num dia de sábado, num evento chamado Todos Por Pernambuco. Acompanhei as gestoras da Escola Cônego Emanuel Vasconcelos que desejavam apresentar ao governador, pessoalmente, as duras condições impostas á escola após a saída de um prédio que pertencia ao município. Até hoje a escola funciona em prédios alugados.
Inscrevi-me no grupo que debateria a educação. De lá seriam escolhidos dois delegados para falar na plenária. Com a graça de Deus, fui um dos escolhidos para apresentar as deliberações da sala educação para o neto de Miguel Arraes.
Diante de todos os inscritos, dentre eles lideranças e prefeitos de todo o Agreste e Sertão pernambucanos, deputados como Inocêncio Oliveira, Claudiano Filho, a mãe de Eduardo e Ministra do TCU Ana Arraes e sua esposa, Renata Campos, falei sobre educação pública e apresentei o drama da Escola Cônego Emanuel Vasconcelos. Pedi ao governador a construção da escola nova diante de todos ali. O governador me olhou e disse: "Professor, o problema está resolvido".
Faz um bocado de tempo desse dia para cá. A escola ainda não foi entregue ao povo mas a obra está lá, se arrastando. Eduardo Campos não está mais entre nós, sua memória poderá ser ou não manchada pela Lava Jato, não sei. Prefiro lembrar da determinação e inteligência daquele homem. Do desejo de encontrar com o povo e ouvi-lo para a partir daí pautar suas ações no governo.
Voltei radiante para Venturosa. Acreditava que tinha cumprido minha missão. A escola Cônego não iria acabar. Hoje mesmo sem fazer parte do seu corpo de professores ainda me sinto parte daquela escola, escola que ajudei a sobreviver, pela qual lutei e ainda lutarei se preciso for.
Posso estar morando fora de Venturosa, mas Venturosa não saiu de mim.
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