A nota é de Gabriel Garcia. Comento a seguir
De Brasília
Mesmo definindo como golpista o governo Michel Temer, o PT caminha para apoiar a candidatura à reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Hoje, o deputado Carlos Zarattini (SP), líder do PT na Câmara, considerou "secundário" o possível desconforto em apoiar um candidato que trabalhou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“Essa questão é secundária para nós desde que haja o respeito às regras democráticas, ao regimento e à proporcionalidade”, disse, após a primeira reunião da bancada do partido neste ano.
Na opinião de Zarattini, o importante é a presença do partido na Mesa Diretora da Câmara. Os petistas batalham pela primeira-secretaria, dona de um orçamento de R$ 5,2 bilhões. Ou seja, a chave do cofre da Câmara.
Além de Rodrigo Maia, disputam a presidência os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO), presidente e relator da comissão de impeachment, respectivamente, e André Figueiredo (PDT-CE).
O apoio a Rodrigo Maia é o golpe no discurso do PT.
O golpe não deixará de ser golpe porque o PT se prostituiu. Dilma Rousseff não cometeu crime, tanto que os deputados que a depuseram logo mudaram a lei das famosas "pedaladas', permitindo a Michel Temer cometer os mesmos atos que ela sem incorrer em "crime" algum, mas o que chama atenção é a manobra de sobrevivência efetuada pelo partido dos trabalhadores.
Rodrigo Maia (DEM) já acenou que vai tocar a Reforma Trabalhista proposta por Michel Temer em regime de urgência. Proposta essa que tira direitos, institui a ampla terceirização e precariza as relações de trabalho fazendo o acordado valer sobre o legislado. Maia ajudará Temer a rasgar a CLT. Como o PT, partido dos trabalhadores, irá encontrar uma desculpa para compor a mesa de Maia?
O Partido teme ficar sem cargos e ainda mais fraco caso não apoie o candidato Maia (que é o candidato de Temer). Não resta dúvidas que agora o PT procura um meio de continuar existindo e de não perder ainda mais espaço, mas com isso esvaziará de vez o seu discurso ético.
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