quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

GRANDES BANDAS OU SALÁRIOS PAGOS. O QUE VOCÊ PREFERE?

Nas redes sociais li muitas críticas às atrações da festa de reveillon de Venturosa. O prefeito Ernandes, em final de mandato, optou por priorizar o pagamento de salários e o encerramento de compromissos fiscais à contratação de atrações famosas. O show ofertado pelo poder público aos venturosenses terá somente artistas locais.

Diga-se de passagem que estes artistas são talentosos, possuem ótimos repertórios e são constantemente convidados para se apresentarem em eventos privados. Ou seja, ninguém questiona a qualidade dos shows que serão apresentados.

Mas como as pessoas desejam shows de artistas famosos, entendo que muitos se sintam frustrados pela falta de "bandas do momento", até porque boatos surgiram e enquetes foram produzidas para saber qual seria a escolha do povo. Mas, passado o momento de impacto, podemos começar a refletir um pouco sobre a administração pública.

Qual a prioridade do governo? Em tempos em que a arrecadação diminuiu, o desemprego aumentou e a renda das famílias foi diluída por seca e inflação, qual deve ser a primeira preocupação de um gestor? Grandes bandas na praça ou salários pagos em dia?

Vejamos casos em que funcionários de outros municípios e estados pedem o cancelamento de festas para que possam receber seus salários. Ontem a internet não perdoou mais uma mancada do presidente Temer ao licitar mais de 1, 75 milhões para lanches no seu avião. Havia até sorvete importado dos Estados Unidos e feito com legítimo chocolate belga. Um bom gestor deve saber quando, quanto e como pode gastar o dinheiro que vem dos nossos bolsos.

Cada município possui uma realidade. Em cidades próximas a nossa o comércio contribui com a festa porque entende que ela gera lucro na medida que aumenta suas vendas. Os festejos não são custeados totalmente pelo poder público e o povo tem a festa que quer. Por quê não em Venturosa? Grandes eventos mobilizam a cidade, impulsionam vendas e geram renda, então porque apenas uma parte fica com os gastos e outra com os lucros? Não coloco isso como crítica, mas como sugestão.

Alguns chegam a questionar por que a festa de posse do prefeito eleito tem atrações maiores que o reveillon, mas são comemorações distintas organizadas de forma diferente. Um está em final de mandato e tem uma série de responsabilidades legais a cumprir. O outro festeja com o grupo político que colaborou com sua vitória e, muito provavelmente, ajudará a arcar com os gastos da festa.

No caso do prefeito Ernandes, creio que ele tomou a decisão mais acertada. Terminar o mandato com as contas em dia e os funcionários pagos. As críticas, justas ou não, são comuns na vida das pessoas públicas, mas entre salários ou festas eu optaria pelos salários.



2 comentários:

  1. Claro que quando se coloca na balança qual o melhor para cidade, lógico que será os salários, porém, quando olhamos que uma grande parte da verba gasta em uma cidade vêm do governo federal e estadual, e elas vêm especificas a discussão toma maiores proporções, a minha pergunta seria, o prefeito gasta a verba no que deveria realmente gastar ou ele foi incompetente para não conseguir verbas para cultura (a verba que serve para realizar eventos)?

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  2. Amigo, não conheço lei que destine obrigatoriamente verba federal, estadual ou municipal para eventos festivos. Caso possa me informar, agradeço.

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