segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O ANO DE DECIDIR OS RUMOS DO BRASIL

O ano se apresenta com a difícil missão de ser aquele que apontará os novos rumos do país. O Brasil ainda traz as dores provocadas pelo golpe parlamentar que depôs uma presidente democraticamente eleita e o amargo resultado (para os mais pobres) das “reformas” promovidas pelo presidente Temer.

A gasolina aumenta de preço toda semana, o gás de cozinha tornou-se artigo de luxo, o salário mínimo teve o menor reajuste dos últimos 24 anos e milhares de postos oficiais de trabalho foram fechados após a Reforma que se dizia, iria beneficiar o trabalhador.
Como disse um amigo no apagar das luzes de 2017: “Mais inocente do que quem diz que não foi golpe é aquele que acredita que só foi um”. Ainda há o temor de uma reforma da previdência, que castigará exclusivamente os trabalhadores que ganham menos, já que militares ficam de fora e servidores federais fazem pressão para garantirem que nada de concreto mude para eles e o judiciário continua a viver de valores surreais.

2018 é o ano de decidir o destino da nação e até agora isso tem trazido mais medo que esperança.

O destino de Luís Inácio Lula da Silva é incerto e tem o potencial de pôr fogo a um país que vem se tornando um barril de pólvora. Não dá para dizer com exatidão se ele é culpado ou inocente após atropelos judiciais, o comportamento de juízes midiáticos, o cerceamento da ampla defesa e o explícito desejo da Lava Jato em prendê-lo, mesmo com falta de provas e excesso de convicção. Essa figura polêmica que desperta ódios e paixões, que para uns foi o melhor presidente do país, para outros não passa de um farsante que chefiou uma quadrilha num dos maiores esquemas de corrupção (até porque ninguém se interessou em pesquisar mais fundo na nossa história para divulgar caixas pretas dos governos anteriores, incluindo nos tempos da ditadura militar), que antes de ser candidato deveria provar sua inocência num julgamento justo, esse é o líder nas pesquisas de intenção de voto.
Seu antagonista, o deputado Jair Bolsonaro traz o que de pior existe no conservadorismo brasileiro. Polêmico, especializou-se em eleger familiares, não apresentar projetos e atacar minorias. Já pronunciou frases racistas, homofóbicas e fez apologia a torturadores e ao estupro (denúncia aceita pelo STF). Defende Estado Mínimo, porte irrestrito de arma, pena de morte e se faz de perseguido pela mídia. Bolsonaro não entende de economia, tropeça quando fala de saúde, até o presente momento não tem propostas para a educação e se aproveita do conservadorismo mais reacionário e retrógrado que esse país produziu nas última décadas. Esse é o que ocupa o segundo lugar nas pesquisas.
Ainda temos aqueles que buscam um lugar ao sol, longe dos extremos à direita ou à esquerda. Geraldo Alckmin, Marina Silva, Ciro Gomes, Álvaro Dias, Lucinao Huck são exemplos disso. Outros nomes são cotados, como o do juiz do mensalão, Joaquim Barbosa. 2018 será, em muitos pontos, parecido com 1989. O país em busca de um salvador e prestes a dar um tiro no próprio pé.
2018 tem de ser o ano do debate sério, de se buscar soluções viáveis para o país, longe dos espectros do “pai dos pobres” ou do “bandido bom é bandido morto”. Precisamos tocar em assuntos fundamentais como investimentos públicos, geração de emprego e renda. Reforma tributária, impostos sobre grandes fortunas e, claro, como serão financiadas a educação, a saúde e a segurança públicas. É o ano de se debater o papel de estados e municípios, como serão distribuídos os repasses dos nossos impostos e como sairemos dessa crise com dignidade.

Se ficarmos presos nessa falsa divisão entre direita e esquerda, coxinhas e mortadelas, sendo vítimas de notícias falsas que circulam na internet e são propagadas por grupos como MBL e em páginas de apoiadores dos líderes de pesquisa, 2018 será o ano em que nosso futuro sairá de férias por tempo indeterminado.

Voto nulo ou em branco não anula resultado de eleição. Deputado que protege corrupto de ser investigado em troca de cargos e emendas não deve ser reeleito e quem está sendo investigado também deveria perder o foro privilegiado. Lembre que Aécio, Jucá e tantos outros não caíram de paraquedas, foram eleitos.


2018 pode ser o ano de refundar o Brasil. Pense nisso antes de votar.

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